Não à toa, Elza Soares é reverenciada como uma artista à frente de seu tempo. A nova versão do show “A Voz e a Máquina” é uma das provas disso. Acompanhada por dois músicos da cena eletrônica e um guitarrista, o quarteto é ao mesmo tempo minimalistas na formação e completo musicalmente como uma orquestra, em arranjos sob medida para a voz da Diva Pop.
Samples, loops, drum machines, synths e a voz processada, desconstruída e reconstruída pelas máquinas musicais. Tudo isso embalado por uma surpreendente sequência de mapping projeções em um cenário totalmente branco que ganha as mais variadas formas levando o público a viajar durante o show. Após dedicada pesquisa sobre a música eletrônica, Ricardo Muralha e Bruno Queiroz adicionaram ao show controladores midi de diversas naturezas, tablets e possibilidades em ”loop” de todos os instrumentos, somado as guitarras do produtor musical Caesar Barbosa, resultando em arranjos originais e orgânicos.
O show é uma reunião de clássicos de carreira da artista, além de hits do momento em releituras descoladas como Computadores Fazem Arte, A Carne, Mulher do Fim do Mundo, Saltei de Banda e outros clássicos da música popular brasileira. O show ganha um tom ainda mais emocionante quando Elza Soares protesta em verso e prosa contra as mazelas da sociedade em músicas como Não Recomendado.